A deputada e os dois lados da moeda

Ângela Sousa
Ascom

Horas depois de subir no palanque do governador Rui Costa que esteve na cidade para anunciar o início das obras do Hospital Regional do Cacau e aproveitou para mostrar toda a sua indignação com o comportamento dos partidos que lhe fazem oposição na Assembléia Legislativa, a deputada Ângela Sousa não se fez de rogada.

Sentou-se ao lado de alguns dos que foram alvo dos ataques de Rui Costa e os definiu como aliados de primeira ordem para a sucessão municipal, ano que vem. Como se diria no jargão político, Ângela almoçou com Rui e jantou com Pedro Tavares.

Com Rui, lhe interessa os cargos. Com Pedro, os destinos do Palácio Paranaguá.

O sonho da deputada é conquistar a Prefeitura de Ilhéus.

De preferência, derrotando Jabes Ribeiro.

Mas o seu presente, o que lhe garante musculatura no mandato de deputada, é ter cargos para distribuir entre aliados e realizar o velho jogo do toma-la-dá-cá. Isso quem lhe dá é o governador, que é do PT. A deputada é a política que mais tem cargos estaduais na cidade.

Ao sentar-se com Pedro Tavares, um deputado de oposição ácida ao governo que ela apoia, e enxergar nele um interlocutor que tenta consolidar uma aliança envolvendo o PSC, PSD, PSB, PTB, PMDB, DEM, PSB, PSDB, PPL, PSDC, PTC, PRTB, PTdoB e PEN (curiosamente deixando de fora o PT de Rui), a deputada acende o sinal de alerta no Palácio de Ondina.

Na política é preciso ter um lado. Sob o risco de ficar do lado de fora dela.