Câmara aprova projeto Cacau Cabruca

Vitória da lavoura cacaueira do sul da Bahia
JBO/Maurício Maron

A Câmara dos Deputados aprovou  o Projeto de Lei nº 4995 de 2009, de autoria do deputado federal Geraldo Simões (PT/BA), que institui o Sistema Agro Florestal denominado Cabruca na lavoura de cacau. O projeto já foi ao Senado Federal e deve ser distribuído para as  Comissões e a tramitar no início de 2015.

O Sistema Cabruca é um sistema de cultivo do cacau combinado com a manutenção de espécies da cobertura vegetal originária, para sombreamento. Este tipo de consórcio é responsável para manutenção das características da Mata Atlântica no Sul da Bahia.

De acordo com Geraldo Simões, “ao contrário do acontecido em outras regiões, onde a Mata Atlântica foi praticamente devastada, no Sul da Bahia, a introdução da cultura cacaueira, ainda que inicialmente afetou a floresta local, ao cuidar da preservação de espécie nativas para o sombreamento, possibilitou a sobrevivência da Mata, minimizando os efeitos da ocupação produtiva da região”.

“Tenho a firme convicção que a melhor política agrícola adequada, em termos de sustentação ambiental é aquela que combina preservação e conservação, com desenvolvimento da agricultura e a ocupação econômica, com características de diversificação e consórcio produtivo e que possa ser manejável de maneira sustentável”, afirma Geraldo Simões.


O Cabruca, além de manter espécies originais, permite a manutenção do solo rico em matéria orgânica, conserva as nascentes e permite a continuidade da fauna e flora local, com impactos reduzidos. Tudo isto aliado à sustentabilidade econômica, não só pela produção cacaueira, mas pelo manejo florestal adequado.

O projeto aprovado, que agora foi encaminhado ao Senado, define como Cabruca “o sistema agrossilvicultural com densidade arbórea igual ou maior que 40 indivíduos de espécies nativas por hectare, que se fundamenta na implantação da cultura do cacau sob a proteção das árvores remanescentes da vegetação da Mata Atlântica, de forma descontinua e circundada por vegetação nativa.”

A aprovação desse projeto trará um avanço para a proteção ambiental e para a agricultura de nossa região”, finaliza Geraldo Simões.