Escolas fecham em Ilhéus por falta de pagamento de aluguel

Educação, cadê a qualidade
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Exclusivo. Duas das três escolas nucleadas de Aritaguá I, na região interiorana de São José, em Ilhéus, foram fechadas pelos proprietários dos imóveis, desde a última segunda-feira (09), até que a Prefeitura Municipal regularize o pagamento de alugueis que estão em atraso. As duas unidades atingidas pela decisão ficam localizadas no sítio de Waldemir e no sítio de Luquinha, onde são atendidos, respectivamente, estudantes da 5ª a 8ª séries e da educação Infantil e de Jovens e Adultos (EJA). "Eles foram até legais com a gente. Iam fechar as escolas na sexta-feira (06) mas permitiram que a gente realizasse a gincana pedagógica que já estava programada para aquela data", relata um dos estudantes ouvidos pelo Jornal Bahia Online.

O problema enfrentado pelos estudantes da região interiorana é antigo. Por iniciativa do Ministério Público a escola-sede existente foi interditada, por falta de condições de funcionamento. Três imóveis foram alugados para abrigar os alunos matriculados. Agora, surge a notícia de que os compromissos assumidos não foram cumpridos pelo atual governo. O que chama a atenção, segundo professores, é que a terceira escola não parece ter a mesma dificuldade das outras duas e continua funcionando. O imóvel pertence a mãe de um secretário do atual governo, segundo informam os moradores.

Cerca de 100 estudantes estão sem aula. Se comparada à quantidade de alunos matriculados no início do ano, o número atual é até baixo. Há um outro motivo para a grande evasão registrada no local: desde que os professores retornaram do período de greve, o governo não disponibiliza ônibus escolar para fazer o transporte gratuito. "E sem esse transporte fica impossível segurar o estudante na escola", explica uma outra professora.

Uma fonte do governo ouvida pelo JBO alega que o problema muitas vezes está no fato de que os imóveis alugados não têm a documentação necessária para firmar contratos com entidades públicas, como é o caso da Prefeitura. O que não se explica é o motivo que, mesmo sabendo desta situação, os governos insistem em contratar quem não pode, de fato, provar que o imóvel lhe pertence de direito.