Secretária acha normal esposa de diretor da sua pasta ganhar tomada de preço

Ledívia Espinheira
Secom

Em entrevista concedida ao site Ilhéus 24h, a secretária municipal de Saúde, Ledívia Espinheira, considerou "natural" uma tomada de preços para prestação de serviços de cópias xerográficas, realizada por sua pasta, ser vencida pela empresa da esposa de um diretor da secretaria. "Analisando todo o processo, verificamos que foram cumpridas todas as exigências legais, inclusive foi assinado por José Antônio Ocké (o esposo), como responsável pelas despesas, pelo diretor administrativo e financeiro, Sr. Edvaldo, pelo Liquidante, Sr. Ezequias Moreira Lima e pelo contador, Sr. Emerson Feitosa", disse.

A secretária ainda justificou a medida. "No inicio deste governo, encontramos as máquinas de Xerox quebradas há vários meses e algumas delas sem condição nenhuma de recuperação. Como estávamos precisando de encadernação e reprodução xerográficas de documentos contábeis, para serem enviados ao Tribunal de Contas dos Municípios – TCM/BA e todos os impressos desta secretaria para atender com urgência o SAMU e as equipes dos programas específicos de saúde, principalmente de endemias (dengue) e agentes comunitários de saúde que necessitam de uma grande quantidade e o tempo sendo curto para licitar uma gráfica, o nosso diretor financeiro e administrativo, Sr. Edvaldo Soares recebeu várias solicitações de responsáveis destes setores e disparou uma tomada de preços, consultando o comércio local, vindo assim a contratar, pelo menor preço oferecido, a empresa Grafite. Como de imediato as solicitações emergenciais atingiram um grande patamar de serviço, não tínhamos ideia fixa do valor que seria necessário, o contrato foi formalizado por Dispensa da Prestação do serviço, conforme a Lei 8666/93 art. 24 parágrafo II", disse.

A secretária também falou sobre o número excessivo de viagens que faz a Salvador. "A minha casa e a minha família estão em Salvador, onde é a minha base, sim", admitiu. "Há vários secretários municipais e mesmo prefeitos, de vários municípios que nem são oriundos da cidade, não residem no município, o que não os impede de realizar um ótimo trabalho. Procuro ir para Salvador ver a minha família às sextas ou sábados, retornando às segundas", afirmou ao site.

Questionada sobre o fato de a ausência de médicos nos postos de saúde não ser o único problema da rede municipal, já que também faltam equipamentos e insumos básicos, a secretária admitiu que, apesar de no diário oficial do município, serem publicados resultados de licitações para compra de material deste tipo, muita coisa ainda falta nos postos já que as licitações foram realizadas mas, respeitando todos os prazos legais, depois a homologação e assinatura de contrato, ainda não puderam atender as necessidades do governo. 

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