O sentimento que contagia o governo

O que acontece com o Palácio Paranaguá?
José Nazal

O sentimento de que estava tudo abandonado, exaustivamente utilizado por Jabes Ribeiro quando candidato a prefeito de Ilhéus é insistentemente mantido, agora, em sua administração.

A diferença é que àquela época o apelo fazia efeito por que ele era candidato. Agora, é prefeito.

Era estilingue. Agora é vidraça.

A estratégia usada pelo prefeito Jabes Ribeiro em falar em público mais em crise do que em solução tem desagradado até membros importantes da sua equipe. O problema é que eles não têm coragem de usar da sinceridade com o chefe e trabalhar por sua mudança de comportamento.

Pior ainda é quando se percebe que a "depressão" termina contagiando a quem está cheio de sonhos, mesmo diante das dificuldades (grandes, por sinal) encontradas.

Uma enquete feita pelo co-irmão Pimenta - bom que se frize que nela não existe nenhuma base científica - em 100 dias de governo Jabes consegue a façanha de ser desaprovado por 69 entre cada 100 moradores de Ilhéus que utilizaram a ferramenta para dar a sua opinião. É um desgaste maior que o prefeito de Itabuna, o novato e inexperiente gestor Claudevane Leite.

Jabes em seu quarto mandato pouco sorri nos eventos públicos. Jabes mal cumprimenta as pessoas. Jabes dá passos curtos, olha para baixo, quando olha para os lados olha sem sonhos, não acena para o futuro com a mesma determinação que levantava os braços durante a campanha eleitoral e acenava para o povo cheio de solução e de amor para dar.

Jabes, convenhamos, não é o Jabes dos outros governos, é o que diz a maioria das pessoas.

E esse governo de nem de longe parece ser um governo de Jabes, é uma frase que se ouve permanentemente.

A prova deste sentimento é a campanha institucional do IPTU.

"Vamos Reconstruir Ilhéus" nada mais é do que a construção de uma comunicação institucional negativa, perigosa, ruim, fraca.

Esperava-se da primeira grande campanha do governo, um ar de otimismo tão esperado pela população que o elegeu. Esperava-se o "andar pra frente" sem a sensação de que o freio de mão continua puxado.

Não precisa um bom especialista em marketing para decifrar esta mensagem e este sentimento de vazio que a campanha proporciona.

Basta perguntar ao cidadão comum: você paga imposto para morrer ou para sonhar?

Se é para sonhar, existem temas muito mais interessantes do que as ruínas encontradas.