O balde de ouro e o leite derramado

 

Para se manter no poder, tem gente que é capaz de tudo.

 

Até de se submeter ao ridículo.

 

O secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, acaba de divulgar um press release (informativo distribuído a todos os jornalistas do estado), “comemorando” o fato de ter recebido o Troféu Balde de Ouro.

 

Isso mesmo: Balde de Ouro!

 

O prêmio é apresentado por sua assessoria como o “Oscar” do leite nacional destinado a personalidades influentes que contribuíram para o desenvolvimento da cadeia produtiva leiteira do país.

 

Mas, na prática, importância zero, apenas para enganar os incautos de plantão.

 

Não fosse a vontade do governador Jaques Wagner em promover, no início de 2013, uma ampla reforma administrativa, mudando sua equipe de trabalho, o balde não teria tanta importância.

 

Salles é conhecido entre assessores e a imprensa estadual como um homem que cultua a própria personalidade. Entende de tudo. Está certo sempre.

 

É do tipo capaz de tirar a campanhia da porta de casa para, quem chegar, aplaudi-lo desde a porta de entrada.

 

Por detrás desta magnífica notícia, capaz de orgulhar a todos os baianos, a divulgação de o balde de ouro é, na essência, uma tentativa orgulhosa e sem cabimento de o secretário querer preservar o cargo que lhe dá status e um certo prestígio político.

 

Enquanto isso, a lavoura cacaueira, que é a nossa praia, não tem muito o que comemorar.

 

Resta-nos chorar pelo leite derramado.