´O desejo dele é comparar? Eu Topo!´, diz Jabes sobre críticas de Marão

Jabes Ribeiro
Maurício Maron

Terminou hoje pela manhã o prazo para que a Gabriela FM desse um parecer amigável sobre o pedido de direito de resposta feito pelo ex-prefeito Jabes Ribeiro, acusado por seu sucessor, Mário Alexandre, em entrevista concedida à emuissora, de ter deixado a Prefeitura com muitas dificuldades administrativas, quando esteve no cargo entre 2012 e 2016.

Jabes fez um pedido extrajudicial à rádio. Como, no tempo legal encerrado agora pela manhã. não teve o sinal positivo para responder às críticas do adversário, anunciou há pouco ao Jornal Bahia Online que vai ingressar na justiça reivindicando esse direito. “Ontem li aqui mesmo no site o empresário Valderico Jr dizendo que os erros do pai dele não o definiam. Hoje ele repete o mesmo gesto do pai, ao me negar um direito de me defender na emissora”, ironizou Jabes, lembrando que travou batalha semelhante com o pai de Júnior, o ex-prefeito e empresário Valderico Reis, tempos atrás, pelo mesmo direito.

No pedido feito à emissora, Jabes afirma que as críticas ou comparações são inerentes ao debate político, bem por isso não é de se esperar que adversários se elogiem em seus discursos.  "Entretanto, a manifestação de fatos sabidamente inverídicos, prejudica a igualdade de oportunidades entre futuros candidatos, sobretudo em ano eleitoral". Jabes não é candidato. Mas tem um que conta com o seu apoio.

Sem chance de aliança

No documento, o ex-prefeito de Ilhéus considera que Marão distorce a realidade "a partir de informações que tem o condão de influenciar a opinião pública". Os ataques acabaram de vez com a possibilidade de apoio do PP – Partido de Jabes, à reeleição de Mário Alexandre. O governador Rui Costa tentava costurar esta aliança. Jabes já afirmou publicamente – e até a autoridades de Ondina - que não há mais a mínima possibilidade de conversa e que a guerra, agora, está apenas começando.

Procurado hoje pelo JBO, Jabes negou ter sido o responsável direto pelo afastamento que a atual gestão teve de fazer de centenas de servidores municipais, do período 83/88, sem sequer o pagamento dos direitos trabalhistas. Ele apresenta documentos em que o processo foi proposto por três servidores aprovados no concurso. “O Réu no processo era o Município de Ilhéus. O governo de Mario Alexandre não recorreu da decisão, não discutiu no Tribunal de Justiça para não afastar os mais de 500 pais de famílias”, disse.

Segundo Jabes, ao contrário, quando o juiz determinou o afastamento nem havia ordenado prazo, nem multa e nem se o afastamento era imediato. “Mas o atual governo indagou ao juiz qual era o prazo e se o afastamento era imediato, tendo o magistrado se manifestado pelo fato de ter sido provocado. “O governo claramente queria o afastamento dos servidores para contratar mais pessoas, não somente os concursados, mas vários contratados na área de saúde, educação e assistência social. Tanto é verdade que foi ao Supremo Tribunal Federal para garantir o afastamento, sem pagar os direitos rescisórios de décadas de trabalho”, acusou.

Os direitos

Na opinião de Jabes, se o atual governo tivesse, desde o início, convocado os servidores aprovados no Concurso Público realizado em 2016 (governo Jabes), certamente não haveria a reclamação dos concursados. Afirma categoricamente que não houve demissão destes servidores em sua época de gestão porque o governo entendia que a medida somente poderia ser adotada com um plano de demissão em que ficasse garantido o pagamento das verbas rescisórias e o Município não tinha recursos para isto.

“Afirmar que o afastamento foi causado pela decisão judicial é uma falácia. Muito menos atribuir ao meu governo. Cheguei a afirmar que preferia renunciar a cometer esse crime com centenas de pais de família já próximos da aposentadoria que hoje estão enfrentando necessidades básicas”, finalizou.

Guerra começando

Jabes disse ao JBO que no decorrer das próximas semanas vai falar publicamente sobre diversos temas, especialmente o que considera “mazelas da administração”, comparando contratos e apresentando números do que era e como está a Prefeitura. “Ele não quis comparar? Topei o desafio”, disse, com um certo tom de ironia.