Colo Colo é responsabilidade de quem?

O fim de um projeto?
Arquivo/José Nazal

A lamentável situação a que chegou o Colo-Colo de Ilhéus não pode ser creditada apenas à tal empresa "européia e cheia de dinheiro" que caiu de paraquedas na cidade.

O Colo-Colo não pode ser usado da forma que foi, nem passar por mãos de aventureiros que desde o ínício, na primeira coletiva que concederam à imprensa, demonstraram alto grau de amadorismo com o clube.

Ilhéus precisa retomar o seu clube e rasgar de uma vez por todas o "cheque em branco" que entregou a desconhecidos.

Mas é bom que se frise que se hoje ele se encontra em mãos destas pessoas é por que a própria cidade não teve a capacidade de acreditar no seu projeto. Nem nos seus verdadeiros líderes.

Quantas vezes vimos José Maria de Sant´anna, o seu presidente campeão baiano, ter as portas batidas à sua cara, essas mesmas que escancararam para os forasteiros? Quantas vezes vimos seus dirigentes sacando limites pessoais bancários para servir de troco em partidas oficiais? Quantas vezes a imprensa local arregimentava o seu microfone, sua caneta ou computador para pedir a saída de quem só queria ajudar por paixão ao esporte?

Na pior e mais dificil fase do clube sob a sua gestão, pode até ter faltado time competitivo, mas jamais ouviu-se notícias de jogador comendo carcaça de frango nem salsicha com ovo.

Repete-se a velha máxima.

Ilhéus reapresenta-se como uma excelente madrasta. E uma péssima mãe.

Fosse outro o gestor do clube, até aqueles que entraram para a história levando o Colo-Colo ao título baiano, estaria o torcedor, hoje, impiedosamente, pedindo a sua saída. Sem pena, sem sequer avaliar quais as suas condições de apoio, sem um euro sequer para tocar os problemas financeiros enfrentados indistintamente por todos os times do interior da Bahia.

Em sendo, entretanto, uma empresa que dá sinais de que fala muito e esnoba o que não tem, a cidade vai bater palmas ao fracasso e à enganação?

Afinal, qual o futuro do clube que é nosso?