Everaldo destaca a unidade na base partidária na eleição do PT

Everaldo Anunciação
Arquivo/Maurício Maron

Filiadas e filiadas do PT da Bahia elegem neste domingo (9) os diretórios municipais e delegadas e delegados que vão escolher o Diretório Estadual do Partido. Nesta entrevista o presidente do PT/Bahia Everaldo Anunciação, integrante da Chapa 400, fala sobre o Processo de Eleição Direta-PED, ressaltando a unidade partidária. Fala também sobre política de alianças, propostas do PT para a previdência, perspectivas para 2018, relação com os movimentos sociais e com o governo Rui Costa e paridade de gêneros.

Qual a expectativa eleitoral da chapa 400?

Hoje na composição da direção do PT estadual a chapa 400 (CNB) tem 20%, a 430 (Optei ) tem 15% e a 450 (Muda PT ) a maioria com 60% , ficando os 5% restante com a minoria. Mas as decisões nos últimos anos foram tomadas em quase 100%, por consenso. Por isso acreditamos que devemos lutar até o congresso em busca da unidade. Se não conseguirmos, então  buscaremos ampliar o nosso tamanho na direção.

O prazo para inscrição de chapas foi encerrado. Quantas chapas foram inscritas e quantos municípios atingidos?

Foram atingidos 380 dos 417 municípios, aproximadamente 90% da Bahia. Cinco chapas estaduais de delegados (as) foram inscritas para o PED nos municípios que acontecerá no dia nove de Abril. Já o Congresso Estadual será realizado de cinco a sete de maio.

O que você destaca neste PED?

Destaco a unidade da base partidária. Por exemplo, em mais de 85% dos municípios não haverá disputa, houve consenso. Isto é muito importante para o fortalecimento do partido. Destaco também que o PT é o único partido que tem suas direções escolhidas pelos (as) filiados (as). Também é muito importante, este momento de debate tanto interno quanto com toda a sociedade.

Quais as expectativas com relação ao Congresso Estadual?

A gente espera realizar o maior e melhor congresso da  história do partido na Bahia.

Quais os desafios do PT?

Além da organização, vamos nos preparar para o embate de 2018 unidos para eleger Lula e aqui na Bahia, Rui Costa que tem realizado um trabalho extraordinário reconhecido pela população baiana. No senado o nome é de Jaques Wagner, quase unanimidade no PT e nos partidos aliados. Vamos também lutar pra continuar elegendo as maiores bancadas estadual e federal.

Qual a posição do PT 400 sobre as alianças?

O PT nasceu das bases, então a aliança nossa é com os movimentos sociais, sociedade civil organizada. Tradicionalmente a CUT, MST, Sem Teto, LGBT, Mulheres, Negros... Mas temos também com  os novos atores, a exemplo do Levante Popular da Juventude, Médicos pela Democracia, Advogados pela Democracia. Estes movimentos contribuem para o fortalecimento da democracia e vamos continuar caminhando juntos.

E sobre as alianças partidárias?  

A gente tem que ter a generosidade e a humildade para reconhecer que sozinho o PT não conquistaria o governo. Destaco que estas alianças são importantes à medida que, sem abrirmos mão dos nossos princípios, podemos materializar projetos, políticas públicas que beneficiam a maioria das pessoas, aquelas que mais precisam  na capital e interior. Cito apenas alguns exemplos: Metrô, Hospital da Mulher, obras de encostas, Água para Todos... São açõesque mudam a vida das população.   

Com relação aos projetos que estão sendo discutidos na Câmara e no senado?

Vamos fortalecer o PT para junto com as frentes Brasil Popular,  Povo Sem Medo, centrais sindicais e movimentos sociais, dizer não aos golpistas, ao desmonte da previdência e reforma trabalhista.  E vamos lutar por uma reforma política.

No caso da previdência vai haver greve dia 28 de abril. O PT tem alguma proposta com relação à previdência? 

Temos propostas concretas, viáveis para esta questão. São elas: Combater o desemprego e gerar novos empregos com carteira assinada, pois assim aumentariam as receitas da previdência. Investir em obras de infraestrutura gerando empregos e estimulando o consumo. Aumentar o salário–mínimo e os demais salários, medida que elevaria as receitas e ativaria a demanda, estimulando a retomada da economia hoje em recessão. Cobrança rigorosa das enormes dívidas dos sonegadores da Previdência. Formalização de empresas que vivem à margem do sistema; Reforma tributária progressiva para taxar os grandes patrimônios e riquezas, e os ganhos hoje isentos dos rentistas e especuladores.

Qual a relação do PT com o governo do estado, tem autonomia?

Claro que tem autonomia. Mas tenho muito orgulho de dizer que Rui é do PT, que o partido construiu um quadro extraordinário reconhecido nacionalmente. O partido tem suas posições, mas não somos oposição ao governo Rui. A gente integra uma frente com nosso próprio espaço. Neste governo tem uma coisa extraordinária: Rui discutiu os espaços do PT e eu, na condição de presidente, conversei com todas as correntes internas as ocupações destes espaços, traçando perfis. Então o PT participa e contribui de forma concreta com suas políticas.

Como está a relação do PT com o gênero feminino?

Anda há machismo na direita e também na esquerda. Mas O PT elegeu Dilma, primeira mulher presidenta do Brasil. E agora lança a primeira mulher candidata a presidenta do partido,Gleise Hoffmann, avaliada e aprovada pelo companheiro Lula. Isto é extraordinário. Aproveito pra destacar que temos orgulho de participar de um partido que tem a paridade nas suas direções, 50% gênero feminino e 50% masculino. Acreditamos que não há sociedade justa sem esta igualdade, com os homens se achando superior.