Estudantes protestam na Uesc e na UFSB e jornalistas anunciam apoio às ocupações

Protestos na UFSB e na Uesc
Divulgação

Os estudantes da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) realizaram manifestações na manhã de hoje, na região cacaueira. Estudantes da UFSB ocuparam a BR 415 na altura do Km 39, por duas horas. Já estudantes da Uesc protestaram e interditaram a rodovia Ilhéus-Itabuna. A ocupação faz parte do dia nacional de mobilização pela derrubada da PEC 55 no Senado (Mesma PEC 241 da Câmara dos deputados).

Segundo o coordenador do DCE Samuel Branco "a PEC 55 impõe pelas próximas duas décadas um  forte arrocho na área social, congelamento do salário mínimo, desvinculação da receitas para saúde e educação, o que por levará o desmonte da educação pública e do SUS". Na próxima semana o Conselho Universitário da UFSB estará votando se no ano de 2017 haverá entrada de novos estudantes na UFSB. Caso seja aprovada tal medida serão menos 1000 vagas de nível superior na região Sul e Extremo Sul da Bahia.

Hoje, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia emitiu nota pública de apoio aos estudantes baianos que participam de ocupações de espaços públicos em protesto às medidas polêmicas do governo federal para a educação. leia, abaixo, o teor da nota.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), em defesa do Estado democrático, vem a público declarar apoio aos movimentos estudantis secundarista e universitário que legitimamente têm ocupado instituições de ensino públicas pelo país. A luta dos estudantes se faz em favor da qualidade do ensino público, em especial, por meio do posicionamento contrário à PEC nº 55 (ex-PEC 241) que limita gastos públicos em diversas áreas de interesse social, especialmente saúde e educação – e à Medida Provisória nº 746/2016 – relativa à controversa reforma do Ensino Médio -, ambas alavancadas no atual governo de Michel Temer.

Como profissionais de Jornalismo, entendemos ser primordial escutar esses jovens e criar canais de comunicação em que possam manifestar livremente seus interesses, debater e reivindicar sem qualquer tipo de repressão. Entendemos ainda que, nas ocupações, devam ser garantidos todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana em condições de liberdade e de dignidade.

 

As ameaças contidas nesta PEC fazem parte do projeto do atual governo de reduzir direitos sociais e atacar os direitos dos trabalhadores, recorrente nas forças conservadoras do Brasil. A tese da reforma ou modernização das leis trabalhistas também definida como a flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ataca um marco decisivo na relação capital e trabalho. A CLT é o principal instrumento de defesa do trabalhador como órgão regulatório, em que os que empregam sua mão de obra encontram sua segurança e garantia.O Sinjorba é solidário e soma esforços aos estudantes, unindo-se aos trabalhadores brasileiros na defesa da democracia, o que implica o direito de manifestação, assim como o direito e respeito à cobertura jornalística dos fatos.