O namoro é real

Está afunilando
Imagem meramente ilustrativa

A sinalização do presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, que numa entrevista concedida ao coirmão Pimenta (leia aqui), afirmou que o partido aceitaria a vice de Cacá Machado, o candidato de Jabes Ribeiro à sucessão em Ilhéus, revela uma relação que já vai além do “mão na mão”. O namoro anda firme. O PT flerta com o PP depois que se viu “esquecido” pela deputada estadual Ângela Sousa, do PSD, nestes momentos que antecedem a formação de chapa majoritária para a eleição de outubro.

Ninguém fala sobre o tema. Mas há fortes rupturas na relação municipal entre o partido e a deputada, que é de base aliada do governador Rui Costa e trabalha para lançar a candidatura do filho Mário Alexandre a prefeito de Ilhéus.

Sobre a deputada Ângela recai a pecha de sempre: pede demais e oferece de menos. Ângela quer o apoio do PT, mas não aceita que a professora componha a chapa com Mário Alexandre. O partido que na eleição passada contribuiu bastante para lhe garantir mais um mandato na Assembleia Legislativa, parece hoje não fazer mais parte dos seus planos e ela nem apresenta motivos para retribuir o apoio recebido dois anos atrás.

Ângela Sousa teme que a aliança explícita com o partido de Lula e Dilma afaste o seu principal eleitorado, os evangélicos, por conta do momento delicado vivenciado pelo Partido dos Trabalhadores no cenário nacional. No entanto, teima em posar ao lado do governador petista, esperando ter dividendos eleitorais sobre cada obra anunciada ou executada pelo PT estadual no município.

Por outro lado, a professora Carmelita, reserva moral do PT ilheense, é um adversária histórica de Jabes Ribeiro. No entanto, há uma questão que não fecha as portas para uma eventual aliança. O candidato não é Jabes. É Cacá. E isso pode facilitar - e pavimentar – a estrada. Uma aliança, inclusive, que não ficaria restrita à majoritária. Teria um alinhamento benéfico ao PT na chapa proporcional. Na política é assim. Funciona assim e continuará sendo assim. Para incômodo de alguns e boas alternativas de sobrevivência para outros. Há no PT quem odeie esta possibilidade. No PP, também. Mas há, também, defensores  da aliança em ambos os lados.

O fato é que a eleição municipal, que se desenhava para contar com 10 ou mais candidatos, começa a afunilar. Mais que isso até. Começa a ser filtrada como já era esperada. Deve, no máximo, contar com quatro ou cinco candidaturas. Mas com apenas três, de fato, na disputa pela cadeira de prefeito. Quem viver, verá.