Pesquisa estuda condições de oferta e consumo de carne bovina no Sul da Bahia‏

Em debate, a qualidade da carne bovina
Arquivo/Imagem meramente ilustrativa

O trabalho intitulado Perfil do consumidor e percepção da qualidade da carne bovina em relação à segurança alimentar e patologias no Sul da Bahia, desenvolvido pelo professor Bruno Borges Deminicis com a atuação das alunas Carla Ladeira e Lorena Pinheiro Miranda (bolsistas Fapesp IC) do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), foi premiado entre os melhores trabalhos durante o I Congresso Nacional Multidisciplinar em Saúde (www.conmsaude.com.br) em Goiânia, entre 19 e 22 de maio. Os dados fazem parte de pesquisa em andamento, conduzida pela equipe atuante no Campus Paulo Freire, em Teixeira de Freitas.

A pesquisa é o resultado de entrevistas realizadas com 275 consumidores nas áreas urbanas centrais dos municípios de Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Ilhéus, Eunápolis, Itamaraju, Itabuna, Caravelas, Nova Viçosa, Medeiros Neto, Mucuri, Alcobaça, Itacaré, Una, Palmares e Mascote, todos na região sul do estado da Bahia, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016. Usando um questionário com 19 perguntas, os pesquisadores obtiveram dados sobre a frequência de consumo de carne bovina e o grau de conhecimento dos entrevistados sobre os benefícios desse tipo de alimento e as doenças vinculadas à ingestão de carne contaminada. Além disso, foram coletadas informações sobre o comércio do alimento no sul do estado, conforme roteiro de inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os resultados do estudo apontam que os supermercados são os estabelecimentos preferidos por 53,28% dos entrevistados para a aquisição de carne bovina e a maior parte dos respondentes (75%) compra sempre no mesmo local e consumo se dá três vezes na semana em 27,8%. A proximidade da residência é a justificativa para o hábito de compra em 36,28% dos casos, por facilitar a aquisição.

Os cuidados sanitários e o conhecimento sobre riscos e vantagens do consumo de carne requerem atenção, já que 16,3% dos entrevistados disseram tocar na carne, sem lavar as mãos, antes de adquirir o produto. 77,04% dos respondentes não souberam dizer o que é um alimento nutracêutico (que tem propriedades terapêuticas, além de nutricionais), e apenas 37,5% indicaram corretamente que a cobalamina é a única vitamina que não é encontrada em quantidades suficientes em nenhum outro alimento além da carne vermelha. O aspecto visual foi o critério de seleção mais adotado pelos consumidores no ato da compra, com 44,60% das respostas. 77,04% dos entrevistados afirmaram saber dos riscos do consumo da carne clandestina para a saúde, mas 45,19% deles não levam em consideração a procedência da carne a ser comprada e 29,14% apontaram apenas a salmonelose e a intoxicação alimentar como as principais doenças vinculadas à ingestão de carne contaminada.

O Congresso Nacional Multidisciplinar em Saúde é uma realização da Sociedade Brasileira de Ciências aplicadas à Saúde (SBCSaúde) com o objetivo de promover a pesquisa científica nessa área.