Monumento em homenagem a inventor baiano que sonhava em voar será feito em Ipiaú

O ator Antônio Fábio em cena de Astrogildo e a Astronave
Divulgação/Milena Palladino

A réplica estilizada do helicóptero construído pelo ipiauense Astrogildo Andrade Santos (in memorian) se transformará em uma atração turística de Ipiaú, ao menos no que depender da vontade do cineasta Edson Bastos, nascido na cidade. Diretor do curta-metragem “Astrogildo e a Astronave”, livremente inspirado no inventor, ele quer doar o equipamento para a criação do Monumento ao Sonho, que seria assinado pelo artista plástico Luís Parras, diretor de arte do curta.

O anúncio foi feito durante a sessão de lançamento de “Astrogildo e a Astronave”, realizada no último dia 21, no Cinema do Museu, e depende apenas de apoio da gestão municipal para tornar-se realidade. Bastos conta que os jornais, cadernos de anotações e o helicóptero originais acabaram se deteriorando. “Só restou o esquecimento”, conclui. Para ele, fazer o monumento é “uma maneira de olharmos para a nossa história e termos como referência uma pessoa que buscou romper fronteiras, que nos mostra a importância de realizar os nossos sonhos”.

A iniciativa foi muito bem recebida pela família de Astrogildo, representada no lançamento pela filha Núbia Fróes e as netas Amanda e Helena. “O monumento valoriza a personalidade do meu pai, que era um sonhador, quase utópico, mas nunca desistiu. Espero que inspire muitas pessoas”, declarou Núbia.

A aeronave estará exposta na Praça Rui Barbosa durante o lançamento do curta em Ipiaú, que acontece neste sábado (30/04), às 20h, com acesso livre. O filme resgata a história do protético, que foi a grande atração da Exposição Agropecuária de Ipiaú de 1970, quando testou a aeronave que construiu no quintal de casa com alumínio e peças de uma Kombi. O helicóptero seria alimentado por um motor capaz de reutilizar indefinidamente a energia gerada por seu próprio movimento.

Embora a família afirme que ele nunca alçou voo, não faltam moradores que afirmem tê-lo visto decolar. Fotos da época mostram Astrogildo, falecido em 2004, dentro do equipamento em terra. O filme foi viabilizado pelo Edital Setorial de Audiovisual de 2013, promovido pela Secretaria de Cultura e pela Fundação Cultural do Estado da Bahia.