Sul da Bahia terá rede de agroecologia de certificação participativa

O cacaueiro e a importância da preservação ambiental
Arquivo/JBO/Maurício Maron

Os institutos Cabruca e Arapyaú, o Movimento Mercenas da Vida, o Centro Público de Economia Solidária (Cesol) do Litoral Sul e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estão unidos em torno da criação da Rede de Agroecologia Povos da Mata Atlântica do Sul da Bahia de Certificação Participativa, que reunirá, já no seu início, 260 agricultores dos Territórios Litoral Sul e Baixo Sul do Estado. A rede será movimentada por agricultores quilombolas, indígenas, assentados e agricultores tradicionais.

“Essa rede é de grande importância para a região, porque visa educar os agricultores com relação a gestão, organização, facilitando a comercialização”, afirma a presidente do Organismo Participativo de Avaliação de Conformidade (OPAC) – responsável pela rede –, Tatiane Botelho da Cruz. Segundo Tatiane, a rede começará atendendo o mercado local, em feiras orgânicas, hotéis e restaurantes, realizando trocas no Litoral Sul e posteriormente alcançando o território nacional.

No dia 16 de julho, uma reunião foi realizada na Universidade Estadual de Santa Cruz e 100 agricultores puderam eleger a diretoria do organismo e montar a estrutura do grupo associativo, que vai funcionar no Sistema Participativo de Garantia (SPG), sob a tutela do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com selo de Produto Orgânico e Certificação Participativa. O Cesol-Litoral Sul é a instituição parceira da ação responsável pela regularização jurídica do organismo.

Conforme a presidente do OPAC, que é especialista em agroecologia, serão criados quatro núcleos produtivos, situados em Serra Grande (distrito de Uruçuca), Ilhéus, Arataca e Ibirapitanga. Esses núcleos abrigarão grupos regionalizados de produtores. “Cada grupo terá o mínimo de três e o máximo de doze agricultores”, explica. “É muito mais do que um selo, é uma ação social, sem cunho político, que ingressará nossa região no circuito nacional de produção agrícola”, completa.

Parceiros – De acordo com o coordenador-geral do Cesol-Litoral Sul, José Campos, o apoio do Centro Público contribuirá para o fortalecimento institucional da rede. “Além da parte jurídica, o Cesol ajudará também na mobilização dos empreendimentos econômicos solidários na participação da rede. Essa é uma estratégia de desenvolvimento da agricultura familiar e uma oportunidade de geração de emprego e renda para a população da região”, frisa.

O Secretário Executivo do Instituto Cabruca, Gerson Marques, ratifica a importância do projeto: “A rede condiz com a visão do instituto, como ONG, de responsabilidade ambiental e produtiva. A proposta se afina com os trabalhos dos agricultores, com o combate à pobreza, a manutenção do homem no campo, e assim o Cabruca fomenta essa rede e ajuda a captar políticas públicas via Estado e Federação”, conclui.