´Fiz direto para não ter desvios´, responde Bebeto a Jabes

Bebeto Galvão
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A briga que resultou em pé na porta de entrada de uma emissora de rádio comunitária de Ilhéus, a FM Conquista, por parte de assessores do deputado federal Bebeto Galvão (PSB/Ba), em represália a uma entrevista que o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, concedia à emissora, começou, de fato, em Brasília. Jabes teria procurado Galvão com uma lista de pedidos de recursos do orçamento para tocar obras em Ilhéus. Teria tido como resposta que os setores beneficiados não seriam necessariamente os pedidos pelo prefeito mas, que, o parlamentar cumpriria um acordo estabelecido com as comunidades ouvidas por seu grupo para definir quem seria, de fato, beneficiado. Hoje, Bebeto Galvão agiu (bem) melhor (e mais equilibrado) que seus assessores.

Pé na porta e dedo em riste, de fato, são um caminho péssimo para a democracia e para o debate político que Ilhéus precisa. Bebeto concedeu entrevista na mesma emissora e deu a sua versão sobre o desentendimento com o prefeito, a quem, é bom lembrar, apoiou em 2012. Um dia antes, Jabes teria acusado Bebeto de não ter disponibilizado recursos do orçamento para a cidade. Em seguida, insinuou que ele seria o responsável direto por manifestações que tomam conta da cidade. "Identificamos pessoas dele lá", disse o prefeito. Hoje, Bebeto rebateu de forma dura: "Fiz a divisão do bolo do orçamento que me coube, de forma direta, para evitar desvios", afirmou. "Isso pode ter irritado o prefeito", completou.

De acordo com Bebeto, Jabes teria ido a Brasília, levando o secretário Isaac Albagli à tira-colo, para se reunir no seu gabinete e fazer os pedidos. A tal reunião é que causou a "ferida". Se para Jabes, Bebeto não priorizou Ilhéus, nos cálculos de Bebeto, dos 5 milhões de emendas a que teve direito, 2 milhões estão destinados a Ilhéus. "Ele (Jabes) queria ter a verba na mão para fazer o que quisesse fazer. Isso não permiti", afirmou. hoje ao ser entrevistado pelo âncora Erivaldo Vila Nova.