Santa Casa de Ilhéus tenta readequação financeira e estrutural

Provedor Eusínio Lavigne
Arquivo JBO

O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, Eusínio Lavigne Gesteira, participou em Brasília, de palestra apresentada por técnicos do BNDES e da Caixa Econômica. Também, de uma reunião acompanhado pelo deputado Antônio Brito, da Frente Parlamentar das Santas Casas de Misericórdia, do presidente da Confederação das Misericórdias, Édson Rogatti, e de presidentes das Federações das Santas Casas, para discutir linhas de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que vai possibilitar a reestruturação estrutural e financeira da instituição dentro do programa BNDES-Saúde. A previsão é de que o pagamento do financiamento possa ser feito em 10 anos, com seis meses de carência.

Essencial para o SUSO aporte do BNDES-Saúde tem como agentes financeiros a Caixa Econômica, o Santander e agências financeiras estaduais, com o objetivo de socorrer as Santas Casas de Misericórdia e hospitais filantrópicos de todo país. As Santas Casas de Misericórdia acumulam dívidas que já ultrapassam os R$ 17 bilhões, pelos cálculos da Confederação. “Não há um número definido, mas a crise levou ao fechamento de várias unidades e à desativação de uma parcela significativa de leitos”, disse Édson Rogatti.

O serviço prestado por hospitais filantrópicos é considerado essencial para garantir o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil tem 2.100 santas casas e entidades filantrópicas, responsáveis por 45% dos atendimentos e internações e por 60% dos transplantes, partos e cirurgias oncológicas e cardíacas no Sistema Único de Saúde. Apesar de sua importância para o SUS, o setor vem passando, nos últimos dez anos, por uma crise sem precedentes, que já provocou o fechamento de diversos hospitais. Grandes instituições têm sofrido com o endividamento e com o empobrecimento patrimonial. A linha de crédito “BNDES-Saúde” terá taxa máxima de 4% ao ano e TJLP.

Única maternidade de IlhéusA Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus que engloba o Hospital São José e a Maternidade Santa Helena atendem a pacientes oriundos de mais de dez municípios da Região Sul da Bahia, com uma população estimada em um milhão de habitantes. O centenário hospital São José presta serviços de emergência, especializados, de alta complexidade, neurocirurgia, oncologia e UTI está implantando, com um grupo de médicos, o serviço de Hemodinâmica (cateterismo cardíaco), visando, no futuro, a realização de cirurgias cardíacas.

Já a Santa Helena é a única maternidade na cidade e uma das poucas no Sul da Bahia. Com equipes que atendem a uma demanda de cerca de 300 partos/mês as suas atividades são initerruptas. A Santa Helena já está habilitada para integrar a Rede Cegonha. A Santa Casa, também, está empenhada em dotar a Maternidade de uma UTI neonatal.

Novos serviços e benefícios à populaçãoO médico Eusínio Lavigne Gesteira, comemora a proposta, informando que vai usar o programa. "No inicio de 2015 estaremos enviando a documentação e o projeto de readequação financeira e estrutural da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus. Esse programa vai nos possibilitar a implantação de novos serviços e implementação dos existentes, que vão beneficiar, ainda mais, a população atendida pela entidade.

O provedor comparou o sistema de pagamento a empréstimos consignados. “As Santas Casas recebem pagamentos do Ministério da Saúde para fazer atendimentos pelo SUS, previstos em contratos. No modelo proposto, as instituições que fizerem o empréstimos terão descontado o valor da prestação no pagamento efetuado pelo ministério, com aval do gestor da Secretaria Municipal de Saúde", explicou Eusínio Gesteira.