Cargill vence batalha contra trabalhadores e vai pagar menor salário do Polo

Menor salário do Polo moageiro de cacau de Ilhéus, segundo o sindicato
Arquivo/José Nazal

Na última quinta-feira (20), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Ilhéus e Itabuna (Sindicacau) participou do julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores da multinacional Cargil de Ilhéus. A audiência ocorreu no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Salvador.

A empresa, que processa cacau na cidade, não acatou as reivindicações dos trabalhadores, o que forçou o sindicato a levar a campanha salarial à justiça, depois de dois dias de greve, quando a fábrica parou, no início do mês.

Na pauta, estavam o aumento salarial e do tíquete alimentação. Sem acordo prévio, a sentença foi para votação dos desembargadores. A proposta de elevação dos ganhos mensais a 990 reais e do vale a 633 reais prevaleceu, com dois magistrados votando contra e dois a favor. O voto de minerva, a favor da Cargil, foi dado pelo presidente do tribunal, Valtércio Oliveira.

Com a decisão, os trabalhadores da Cargil vão receber menos que os funcionários das demais processadoras de cacau da região.

Para o presidente do Sindicacau, Luiz Fernandes, “A maior derrotada nesse processo foi a empresa, que teve prejuízos com a greve, com advogados e criou uma insatisfação muito grande com os trabalhadores”.

A multinacional tem 30 dias para pagar toda a diferença acumulada de junho até agora.