O governo precisa falar sobre as cadeiras de rodas

Explicações são importantes e necessárias
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O alerta feito pelo Conselho Municipal de Saúde, de Ilhéus, a respeito de um suposto superfaturamento na aquisição de cadeiras de rodas, resultou na emissão de uma nota pública da empresa vencedora do pleito, explicando – ainda que as explicações mereçam outros tipos de questionamentos – os motivos dos preços cobrados à Prefeitura. Mas um fato causa estranheza ainda maior: a acusação dos conselheiros foi direcionada à gestão municipal, que foi quem acatou os valores determinados pela empresa vencedora e pagou pelos produtos. E esta ficou – e permanece – calada.

É comum o governo municipal destacar o que considera “uma gestão focada na transparência de suas ações”. Transparência, no entanto, é mais que publicitar atos. Frise-se, por sinal, que nem todos são explicitados. É mantê-los sem nenhuma dúvida ou questionamento sobre cada decisão tomada com o dinheiro da população.

A Prefeitura ainda deve uma explicação ao povo de Ilhéus. A empresa deu a dela. Falou de impostos altos e qualidade superior de produtos que jamais poderiam custar o preço de mercado usado pelos conselheiros como parâmetro para a denúncia.

Mas o silêncio da secretaria de Saúde soa como emblemático neste momento. E isso é profundamente lamentável!