Oficina debate do Plano Municipal da Mata Atlântica, em Canavieiras
Representantes do setor público, associações comunitárias e produtores agrícolas de Canavieiras reuniram-se na manhã da última quarta-feira (17) para levantar e debater informações que vão compor o diagnóstico e embasar o plano de ação relativo à gestão, proteção e uso da Mata Atlântica no município. A construção do diagnóstico de Mata Atlântica de Canavieiras faz parte do projeto executado pelo Gambá e SOS Mata Atlântica, em parceria com a Prefeitura, a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente - ANAMMA, WWF, Conservação Internacional, Veracel Celulose, Rede de ONGs da Mata Atlântica e Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Segundo o coordenador do projeto, Renato Cunha, trata-se de um diagnóstico ambiental, social e econômico. “Em um dado momento, os participantes da oficina realizaram o Mapa Falado com dados dos fragmentos de 2007 localizando espacialmente inúmeras informações relativas à Mata Atlântica no município: onde existe área desmatada, manguezais, quais os tipos de produção agrícola, áreas de pasto, produção leiteira, criação de gado de corte e localização das fazendas de camarão”, explica.
A ferramenta FOFA (fortaleza, oportunidades, fraquezas e ameaças) ajuda a organização a conhecer, de forma realista, o que podem fazer a partir dos pontos fortes e pontos fracos, enfocando nas oportunidades. Nesse caso, os participantes apontaram como pontos fortes a agricultura familiar, o cacau, por ter ajudado a preservar a Mata Atlântica, a quantidade de rios e a beleza do município como atrativo para o turismo. De negativo, um dos problemas apontados foi o desmatamento da mata ciliar que protege os rios.
Na próxima oficina, com data marcada para 11 de dezembro próximo, haverá a elaboração do Plano de ação, com a mesma metodologia participativa, a partir da sistematização das informações obtidas no diagnóstico. Também são usados como fontes os órgãos governamentais como secretaria de agricultura, Assessoria de Assuntos do Meio Ambiente, projetos e campanhas em andamento no município, bem como dados já disponíveis na instituição.
Para o assessor de Assuntos de Meio Ambiente, Patrick Nery, o objetivo é entender as pressões e as potencialidades que cada município enfrenta com relação a preservação da mata, promovendo uma sensibilização e conscientização acerca do bioma: as áreas que precisam ser conservadas e atividades que devem ser potencializadas. “O plano não vai inviabilizar as atividades, apenas orientar para que sejam desenvolvidas de forma sustentável, não afetando o meio ambiente”, relatou.
O PMMA deve ser elaborado e implementado em cada município com área de Mata Atlântica, conforme previsto na Lei da Mata Atlântica, nº 11.428/06, regulamentada pelo Decreto Federal nº 6.660/08. Esta Lei abre a possibilidade para os municípios, com territórios no Mata Atlântica, atuarem de forma proativa na defesa deste bioma, que é o mais ameaçado do Brasil. Além de Canavieiras, mais oito municípios são contemplados: Belmonte, Eunápolis, Mascote, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi e Santa Cruz Cabrália.