Seleção brasileira x seleção Turcomenistão

Uma análise sobre a pobreza do futebol nacional
Arquivo/JBO

Dia 03 de setembro passado Argentina e Alemanha fizeram um grande jogo de futebol, que reeditou a final da Copa do Mundo no Brasil, só que desta vez em solo alemão, enchendo de satisfação e mesmo de orgulho às suas respectivas torcidas.

E a Seleção Brasileira?

Como se sabe, na Copa que fizemos em casa só conseguimos chegar, após muito esforço, a um modesto quarto lugar. Na verdade, não merecíamos mesmo ir além desta colocação. Seria injusto diante do futebol que apresentamos.

Profundamente abalados diante da derrota para a Holanda e, sobretudo, para a Alemanha por 7 X 1, deveríamos abrir um amplo debate sobre o que está acontecendo com o futebol brasileiro, sobre como funcionam os times de futebol, sobre o papel das torcidas organizadas, dos cartolas, das confederações estaduais de futebol e da CBF.

Porém, tais debates e mudanças mexeriam com interesses já muito bem consolidados no poder, e implicariam em mudanças profundas que nossos dirigentes do futebol simplesmente não desejam.

Ao invés disso tudo, preferimos, novamente, mudar o técnico – esse eterno bode expiatório – para não ter que mudar mais nada. Se algo der errado, já se sabe, antecipadamente, de quem será a culpa.

E para assegurar que nada mude, o Brasil retoma no dia 05 de setembro os famosos Amistosos da Seleção, jogando contra a Colômbia. Dia 09 de setembro o adversário será o Peru. Ainda em 2014 teremos: Brasil X Argentina, em 11 de outubro; e Brasil X Turquia, em 12 de novembro. Com todo o respeito, mas o único destes quatro adversários a altura do Brasil seria a Argentina.

Ora, antes da Copa do Mundo de 2014 o Brasil fez amistosos contra a África do Sul, a Sérvia e o Panamá. Todos sabem o quanto estes jogos não serviram para preparar nossa Seleção.

Seria esperar demais que as corrompidas estruturas do futebol brasileiro mudassem após o desastre de 2014. Porém, poderíamos ao menos ver o Brasil enfrentar, daqui em diante, seleções como a da França, Itália, Inglaterra, enfim, times que trouxessem uma real contribuição ao nosso futebol.

A opção em continuar enfrentando times medíocres ou, quando muito, medianos, aponta para a continuidade de resultados positivos antes das competições oficiais, mas desastrosos quando jogarmos contra um time de verdade.

O Brasil persegue o sonho do hexa, sem nada mudar na estrutura de suas organizações futebolísticas e jogando contra seleções como Panamá, Peru, Colômbia, Sérvia e Turquia. Só falta jogar contra o Turcomenistão!

Enquanto isso, Argentina e Alemanha se enfrentam e crescem, jogando um futebol de primeiro mundo. Precisa dizer qual será o resultado de tudo isso?

 

O autor Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz