Final de semana com festa para São Sebastião em Ilhéus e Canavieiras

Puxada do Mastro é um dos eventos do calendário turístico de Ilhéus
Secom/Gidelzo Silva

A secular festa da Puxada do Mastro de São Sebastião será realizada neste final de semana, mais uma vez, na Estância Hidromineral de Olivença, que se prepara para receber um grande número de turistas sempre curiosos em assistir a mistura do sacro com o profano, e que até hoje é uma das principais marcas deste importante evento promovido pelos índios e caboclos. Neste sentido, a Prefeitura Municipal de Ilhéus, através da Secretaria de Turismo (Setur), colabora com a programação festiva, além de agilizar outros serviços como os de limpeza e manutenção.

A abertura musical da festa começa no sábado, dia 11, às 21 horas, na Praça Cláudio Magalhães, palco principal da puxada, quando se apresentará a banda Top Gun. Já no domingo, dia 12, quando acontece a grande festança religiosa, os shows terão início às 15 horas, em sistema de revezamento, estando confirmadas as participações das bandas Flor do Caribe, Tri Farol e Batuk Bom, conforme antecipa o secretário de Turismo, Alcides Kruschewsky.

A Puxada do Mastro de São Sebastião teve início no século XVIII, misturando elementos da espiritualidade medieval e religiosidade cabocla, e até hoje revela pontos confluentes dessas culturas, na penitência e no clamor aos santos contra todos ao males que atingem a humanidade. Tanto que, o principal símbolo da festa, o mastro, é usado pela Igreja Católica para manter dependuradas bandeiras de santos, o que também era utilizado por pagãos na consagração dos seus espaços.

A festa que acontece em Olivença, anualmente, é conservada pelos descendentes dos índios, negros e brancos, mas que, com a miscigenação são considerados os Caboclos de Olivença, mantendo a sua fé com muito orgulho com a finalidade de continuar passando para as novas gerações.

Em CanavieirasOs machadeiros que embrenharam as matas da região do Cubículo já identificaram, derrubaram, desbastaram e descascaram uma jaqueira para representar o Mastro de São Sebastião. As próximas ações a serem empreendidas pela organização para preparar o “Pau de Bastião” são a colocação dos enfeites (folhagens retiradas de árvores e arbustos do mangue) e o transporte para o cais do porto.

No sábado, às 20 horas, o Mastro de São Sebastião será levado por moradores e turistas, saindo do cais do porto (sítio Histórico) para a Praça da Capelinha (praça Armindo de Castro passa pelas ruas General Pederneiras, Beco do Himério (Cavalcante), praça do Cacau, rua 13 (Octávio Mangabeira) até as imediações do Colégio Osmário Batista, seguindo pela travessa Getúlio Vargas (Beco da Capelinha), chegando à Capelinha.

Segundo o prefeito Almir Melo, o cortejo deste ano será um resgate da tradição e a cidade já recebe um grande número de reservas para o final de semana, o que dará uma alegria especial à festa. O cortejo é integrado por uma grande multidão e aberto pelo prefeito e outras autoridades, com a participação das filarmônicas Lyra do Commercio e 2 de Janeiro, e mini-trio.

Ao ser hasteado na praça da Capelinha, os festejos ficarão por conta das bandas “Tôa Tôa”, “Transa Nossa” e Trio Elétrico. Enquanto isso, de 11 a 19 de janeiro é realizada a novena de São Sebastião, na capela erigida em homenagem ao Santo, no bairro do mesmo nome (conhecido como Três Xis). Durante todas as noites a comunidade católica participa da novena, às 19 horas, encerrada no dia 20, com a celebração da Santa Missa e Procissão pelas ruas da cidade.

Ilha da Atalaia – O bairro da Ilha da Atalaia também festeja o São Sebastião com a Levada do Mastro, no domingo (12), a partir das 18 horas, com a participação das crianças. Além da festa profana, animada pela Banda Sambaê, os moradores participam da celebração de uma Missa em Homenagem ao Santo, que será realizada às 19 horas, na Igreja de Santo Antônio.

Sustentabilidade - Explica o organizador dos Festejos de São Sebastião, Trajano Barbosa, que o evento prima pela sustentabilidade, por isso, a árvore cortada nas matas do Cubículo, é uma jaqueira (Artocarpus heterophyllus), espécie nativa no sul e sudoeste da Ásia, provavelmente, originária da Índia. “atualmente, em vista da lei ambiental, não se corta árvores de espécies originárias da Mata Atlântica ou do bioma manguezal”, explica Trajano.