Será que existe vida abaixo do fundo do poço?

Cadê a vergonha na cara?
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Um experiente político local defende a máxima de que para a Câmara de Vereadores de Ilhéus piorar basta passar por uma nova eleição. A história é realmente decadente. E piora a cada mandato. Manipulada por quem detem a caneta do Palácio Paranaguá - seja ele quem for - a Câmara é uma instituição que não representa os reais interesses dos ilheenses. No máximo, parece representar os interesses dos seus próprios membros.

Senão vejamos. A Câmara que não acata a decisão de abrir a caixa-preta do transporte público em Ilhéus, novela sem fim há décadas, é a mesma que, dias antes, distribui títulos de cidadão ilheense a ex-jogador de futebol, políticos e padrinhos partidários. Enquanto isso, estudantes ao relento e servidores abandonados pedem a clemência para que o Poder Legislativo contribua com solução dos problemas que afligem a cidade.

A cidade quer respirar.

E não consegue.

Alzimário Belmonte, por exemplo, autor do ato condenável da agressão física a um cidadão, nesta quarta, é um dos que acabam de negar a CEI, ação que seria um passo importante para a construção de um novo modelo de mobilidade urbana de Ilhéus, para atender a vontades superiores. Mas é dele o ato de puro puxasaquismo de conceder ao governador Jaques Wagner e a presidente Dilma Roussef, o título de cidadãos de Ilhéus.

A mão que afaga os distantes é a mesma que apedreja um cidadão local. Com murro, com agressão e sem argumentos.

Lamentável.

A política em Ilhéus tem chegado a uma situação preocupante de desequilibrio e insensatez. Com fortes protagonistas desta lamentável história assistindo a tudo e participando de tudo lá do alto do Palácio Teodolino Ferreira, bem em frente do Palácio de onde recebem as ordens e a contrapartida que lhes enchem os olhos.

Tem vereador que manda eleitor calar a boca por que alí, quem manda é ele. Tem vereador que num ato de valentia descontrolada, afirma em alto e bom tom que tem "uma caceta e dois culhões" para justificar suas atitudes. E por aí vai.

O pior é que só se tem vereador, por que os que hoje são obrigados a calar, de quartro em quatro anos são eleitores que vestem camisa a tremulam bandeira.

Onde vamos parar, Ilhéus? Nem os "santos" se blindam!

Até mesmo quem promove nas escolas públicas a oração mais popular da história da humanidade como forma de reconstruir a cidadania perdida nas ruas, não consegue passar impunemente e, também, exerce atos condenáveis para um político que se respeita, desrespeitando a história de uma cidade que é berço-mãe desta civilização.

Repetimos: onde vamos parar, Ilhéus?

Será que existe vida abaixo do fundo do poço?

Pai Nosso que estás no céu...